As 12 principais teorias da administração

As teorias da administração influenciam desde a organização de pequenas empresas até a gestão de grandes multinacionais e instituições públicas. 

Entender esses preceitos é essencial para quem deseja se destacar nas diversas áreas da administração, seja como gestor, empreendedor, servidor público ou estudante de um curso de Administração. 

Pensando nisso, a seguir, explicaremos as 12 principais teorias da administração, como elas surgiram, quais são suas características e como podem ser aplicadas no cenário atual. 

1. Clássica da Administração

A Teoria Clássica da Administração foi desenvolvida por Henri Fayol no início do século XX e é uma das bases do pensamento administrativo moderno. Ela foca na estrutura organizacional e nos princípios gerais da administração, como divisão do trabalho, autoridade, disciplina, unidade de comando e centralização.

Fayol acreditava que administrar era uma habilidade que poderia ser ensinada e aprendida. Dito isso, ele organizou as funções do administrador em cinco: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. O preceito continua sendo essencial em ambientes que valorizam a hierarquia e a padronização, como fábricas e repartições públicas.

2. Científica

A Teoria Científica da Administração nasceu com Frederick Taylor, considerado um dos principais nomes da administração e suas teorias. Taylor propôs o estudo sistemático do trabalho para aumentar a eficiência produtiva. Ele introduziu conceitos como tempo e movimento, seleção e treinamento de pessoal e incentivos salariais baseados no desempenho.

Essa teoria foi aplicada com sucesso na indústria, especialmente durante a Revolução Industrial, e ainda hoje influencia práticas em linhas de produção e na organização de tarefas. Taylor acreditava que havia “uma melhor maneira” de executar cada tarefa, e seu método ajudou a transformar profundamente o ambiente de trabalho.

3. Burocrática

A Teoria Burocrática, formulada por Max Weber, traz uma abordagem formal, racional e impessoal da administração. Para ele, a burocracia era a forma mais eficiente de organizar grandes instituições.

Ela é composta por regras claras, hierarquia bem definida, especialização do trabalho e impessoalidade nas decisões. Apesar de muitas vezes ser associada à lentidão, a burocracia tem o mérito de criar processos padronizados que evitam decisões arbitrárias, algo essencial em setores públicos, como em um Concurso de Agente Administrativo PF.

4. Relações Humanas

A Teoria das Relações Humanas surgiu como uma resposta às teorias anteriores, que focavam apenas na produtividade. Ela começou com os estudos de Elton Mayo na fábrica da Western Electric, nos Estados Unidos, onde ele demonstrou que fatores sociais e psicológicos influenciam a motivação dos trabalhadores.

Essa abordagem deu origem à valorização do capital humano nas organizações, enfatizando comunicação, liderança, motivação e participação. Na prática, ela é aplicada em empresas modernas que investem em clima organizacional, programas de bem-estar e gestão participativa.

5. Comportamental

Também conhecida como Teoria Comportamental da Administração, ela amplia os princípios das Relações Humanas com base em estudos mais científicos da psicologia organizacional. Nomes como Abraham Maslow e Douglas McGregor são fundamentais aqui.

Maslow propôs a famosa pirâmide das necessidades humanas, enquanto McGregor apresentou as Teorias X e Y, que tratam de visões opostas sobre o comportamento dos funcionários. Essa ideia é muito útil para líderes que desejam entender o que motiva sua equipe e desenvolver práticas eficazes de gestão de pessoas.

6. Estruturalista

A Teoria Estruturalista surge como uma tentativa de integrar os diferentes tipos de teorias da administração, unindo aspectos da burocracia, do comportamento humano e da estrutura organizacional. Representantes como Amitai Etzioni focaram na análise das organizações como sistemas sociais complexos.

Em geral, essa abordagem reconhece a coexistência de conflitos dentro das instituições e propõe mecanismos de equilíbrio e integração. Ela é muito utilizada para analisar grandes corporações e instituições públicas, que possuem múltiplos níveis de hierarquia e objetivos distintos.

7. Sistemas

A Teoria Geral dos Sistemas aplica uma visão holística à administração, tratando a organização como um sistema aberto, em constante interação com o ambiente externo. Essa teoria se popularizou a partir da década de 1950 com Ludwig von Bertalanffy.

Aqui, a empresa é vista como um conjunto de partes interdependentes que trabalham em conjunto para alcançar objetivos comuns. Essa visão é essencial para o administrador, que precisa entender como decisões em um setor impactam o todo. Ela é aplicada em empresas que lidam com ambientes dinâmicos e precisam de flexibilidade e adaptação.

8. Contingencial

A Teoria Contingencial rejeita modelos universais de administração e propõe que a melhor maneira de gerir depende do contexto. Ela surgiu nos anos 1960 e trouxe a ideia de que variáveis como o ambiente externo, o porte da empresa, a tecnologia utilizada e o perfil dos colaboradores influenciam na forma de administrar.

Essa teoria é bastante utilizada atualmente, pois permite personalizar a gestão conforme as condições reais da organização. 

9. Administração por Objetivos (APO)

Popularizada por Peter Drucker, a Administração por Objetivos (APO) baseia-se na definição conjunta de metas entre gestores e equipes. O foco está nos resultados a serem alcançados e na responsabilização individual por objetivos específicos.

Ela também incentiva a autonomia e o compromisso com os resultados, sendo muito usada em empresas orientadas para desempenho. Sua aplicação é comum, por exemplo, em avaliações de desempenho e planos de carreira, alinhando os objetivos da empresa com os interesses dos colaboradores.

10. Neoclássica

A Teoria Neoclássica resgata os princípios da teoria clássica, mas com uma abordagem mais flexível e moderna. Ela enfatiza a prática administrativa, o foco nos resultados e a racionalidade nas decisões.

Grandes nomes como Peter Drucker e Harold Koontz defendem essa visão, que busca tornar a administração mais eficaz sem perder de vista a importância das pessoas e do ambiente externo. Ela ainda é muito utilizada em organizações que buscam eficiência, mas com espaço para inovação e adaptação.

11. Qualidade Total

A Teoria da Qualidade Total foi desenvolvida por vários pensadores como Kaoru Ishikawa, W. Edwards Deming, Jopseh M. Juran e Armand V. Feigenbaum. Ela propõe que a qualidade deve ser responsabilidade de todos os setores da empresa, e não apenas do controle final.

Essa abordagem revolucionou indústrias, especialmente nos setores automobilístico e eletrônico. Princípios como melhoria contínua (Kaizen), foco no cliente e trabalho em equipe fazem parte da filosofia que visa à excelência operacional. Essa é uma das teorias mais aplicadas em empresas competitivas e inovadoras.

12. Nova Administração Pública (NAP)

A Nova Administração Pública surgiu nas últimas décadas como um movimento para modernizar a gestão governamental, inspirando-se em práticas do setor privado. Ela busca maior eficiência, transparência e foco no cidadão.

A concepção valoriza resultados e desempenho, introduzindo indicadores, metas e avaliação em órgãos públicos. 

Como aplicar as teorias no mercado atual?

Hoje, as teorias da administração e das organizações se complementam, e não se excluem. Um bom administrador precisa entender essas abordagens e saber qual aplicar em cada situação. 

Por exemplo, uma empresa tradicional pode se beneficiar de estruturas burocráticas para manter o controle, mas também usar técnicas de motivação da Teoria Comportamental para engajar seus funcionários.

Startups geralmente adotam a Teoria de Sistemas e a Contingencial para lidar com ambientes incertos e de rápida mudança. Já organizações públicas podem aplicar a Nova Administração Pública para otimizar serviços e satisfazer melhor o cidadão.

O importante é compreender que essas teorias oferecem ferramentas e modelos mentais que ajudam a tomar decisões mais eficazes, estratégicas e alinhadas com a realidade do negócio.

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