Temida por muitos, amada por outros! Criar a estrutura da redação do Enem não é fácil. Porém, muitos boatos ligados à avaliação são os motivos que tornam ela um “bicho de sete cabeças” para muitas pessoas.
Fato é que essa parte da prova tem um peso considerável na nota final e pode ajudar a aumentar a média para se candidatar nas vagas das Universidades, no entanto, com uma boa estrutura e algumas práticas das competências, é possível encarar esse desafio sem dificuldade ou medo.
Pensando nisso, preparamos este artigo para te contar tudo sobre a redação, assim como o seu desenvolvimento e algumas dicas para tirar uma boa nota. Veja!
Índice
- Qual é a estrutura da redação do Enem?
- Quantos parágrafos deve ter na estrutura da redação do Enem?
- Qual a quantidade de linhas que a redação do Enem deve conter?
- Quais são as competências exigidas na redação do Enem?
- Competência 1: demonstrar o domínio da norma-padrão da língua escrita na estrutura da redação do Enem
- Competência 2: compreender a proposta da redação e aplicar os conceitos relacionados
- Competência 3: selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos
- Competência 4: demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação
- Competência 5: elaborar proposta de intervenção respeitando os direitos humanos
- O que não deve ter na estrutura da redação do Enem?
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Qual é a estrutura da redação do Enem?
Composta por introdução, desenvolvimento e conclusão, a redação do Enem é estruturada, geralmente, em quatro a cinco parágrafos. Divididos de forma equilibrada, cada um deve conter, em média, 6 a 8 linhas.
Isso porque, parágrafos de maior tamanho:
- prejudicam a escaneabilidade do texto;
- tornam a leitura maçante e truncada;
- são fáceis de perderem o real objetivo do tópico.
Introdução
Muita gente tem dúvida de como começar uma redação do Enem. Isso acontece porque é preciso contextualizar o tema e não apenas “jogá-lo aos ventos”.
A contextualização exige, numa das formas mais comuns de iniciar uma introdução para um texto dissertativo-argumentativo, um repertório sociocultural. Em outras palavras, você usa algo alheio para dar contexto, como no exemplo abaixo, em que é utilizado uma citação do Mano Brown, cantor e compositor do grupo Racionais MC’s:
“‘O tipo de racismo que se vive no Brasil é um racismo que esvaziou o preto. Ele não deixou nem o ódio’. A frase, dita por Mano Brown na tela do documentário do grupo Racionais MC’s, expõe o caráter velado do racismo no nosso país. Embora pareça um problema superado, as pessoas de cor preta, no Brasil, enfrentam desafios diários em decorrência do seu tom de pele. Para combater essa chaga social, portanto, é necessário entender o padrão histórico de comportamento do brasileiro, bem como a ausência de presença do poder público no cumprimento de leis que penalizam esse crime.”
A partir do exemplo, é possível ver então que na introdução, é preciso:
- contextualizar o tema;
- retomar a tese;
- apresentar no mínimo dois argumentos.
Desenvolvimento
Enquanto na introdução você faz a abertura sobre o assunto, no desenvolvimento é necessário se aprofundar na tese. Dessa forma, separe um argumento por vez e trabalhe em cima dele em cada parágrafo. Use artifícios linguísticos como conectivos e a pontuação ao seu favor. Além de, é claro, trazer dados e informações relevantes para sustentar a sua argumentação.
Conclusão e proposta de intervenção
Depois de comprovar que você sabe do que está falando, chegou a hora de dar um desfecho ao assunto. Para isso, não só é preciso “amarrar” todo o texto, mas também apresentar uma proposta de intervenção. Nela, você deve criar uma resolução ao problema apresentado. É importante, assim, responder quatro perguntas. Veja:
O quê?
Especifique quais serão as medidas adotadas para resolver o problema.
Quem?
Deixe claro quem será o realizador da medida. Existem acrônimos, popularmente conhecidos, como GOMIFES, que são denominados agentes interventores que realizarão alguma ação para resolver a questão.
Assim, eles podem ser:
- G= Governo;
- O= Ongs;
- M= Mídia;
- I= Indivíduo;
- F= Família;
- E= Estado;
- S= Sociedade.
E você deve escolher o que mais se encaixa no problema para trazer uma resolução.
Como?
Escreva de que forma a sua ação será realizada. Por meio de palestras nas escolas, anúncios, ou criação de novas leis… O ideal é trazer com detalhes como acontecerá essa medida.
Para quê?
Para fechar, mostre como a sua ação ajuda na resolução do problema exposto.
Quantos parágrafos deve ter na estrutura da redação do Enem?
Como falamos, a estrutura padrão da redação do Enem exige introdução, desenvolvimento e conclusão. Para tanto, são necessários, no mínimo, quatro parágrafos. A saber, um de introdução, dois de desenvolvimento e um para a concluir o texto.
Todavia, é possível também desdobrar o desenvolvimento de sua argumentação em mais um tópico. Assim, com cinco parágrafos.
Qual a quantidade de linhas que a redação do Enem deve conter?
A quantidade mínima de linhas para uma redação ser lida no Enem é sete. Porém, para que um texto dissertativo-argumentativo seja realmente bom, ele deve ter, entre 20 a 30 linhas. Isso porque são necessários pelo menos quatro parágrafos para sustentar uma argumentação convincente.
Quais são as competências exigidas na redação do Enem?
Para avaliar o seu texto, a banca avaliadora do Enem dispõe de cinco competências. Elas auxiliam na hora de escrever e dão norte para você saber o que fazer ou não fazer nas 30 linhas. Confira como elas são!
Competência 1: demonstrar o domínio da norma-padrão da língua escrita na estrutura da redação do Enem
Seu texto deve estar escrito de acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa. Para não perder pontos na competência 1, você deve:
- utilizar a gramática da forma correta;
- fazer a devida pontuação nas palavras;
- manter a ortografia adequada.
Competência 2: compreender a proposta da redação e aplicar os conceitos relacionados
Para ir bem na segunda competência, a estrutura da sua redação do Enem precisa estar de acordo com o que foi pedido. Ou seja, ir de encontro à tese, sem tangenciar o tema.
Outro ponto importante a ressaltar aqui é quanto à exigência de “aplicar conceitos relacionados”. Nesse sentido, é necessário somar ao seu texto a elementos que comprovem o seu repertório sociocultural. Sempre, é claro, com componentes que condizem com o assunto proposto.
Competência 3: selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos
Para ir bem na competência 3, é preciso fazer uma boa curadoria de informações em seu texto dissertativo-argumentativo. Na seleção, você precisa organizar tudo o que sabe sobre aquele assunto e ver o que é ou não interessante escrever.
Aqui também entram os dados obtidos por meio dos textos motivadores. Relacione-os de forma organizada e lógica como maneira de provar a sua argumentação.
Competência 4: demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação
Por falar em argumentação, esse é um tópico muito importante na estrutura da redação do Enem e é na competência 4 que ela é avaliada. Para conquistar os 200 pontos aqui, é essencial manter um texto coeso e coerente. Isso envolve o uso de argumentos bem fundamentados e variedade vocabular. Quer arrasar nela? Então:
- utilize conectivos em seus parágrafos;
- mantenha a fluidez textual;
- relacione os parágrafos entre si;
- respeite a organização da estrutura da redação;
- leia bastante para ampliar o seu vocabulário.
Competência 5: elaborar proposta de intervenção respeitando os direitos humanos
Como vimos, a estrutura da redação do Enem exige a criação de uma proposta de intervenção. Relacionada ao último parágrafo, a última competência diz respeito à capacidade de resolução de problemas do participante.
Lembre-se que a proposta de intervenção não precisa ser uma solução mirabolante, de outro planeta. Mas, sim, viável e real. Ela será colocada à prova? Não. Porém, por meio desse parágrafo, a banca avaliará o quanto você está atualizado sobre medidas, leis e ministérios.
Ah, e não se esqueça: sua proposta deve respeitar os direitos humanos! Aqueles que não obedecem esse critério tem sua redação zerada.
Veja também: o que estudar para o enem!
O que não deve ter na estrutura da redação do Enem?
Agora que você já sabe o que fazer na estrutura da redação Enem, é hora de ver o que não fazer na prova. Confira a lista que preparamos!
Não escrever o texto em primeira pessoa
Um dos principais erros para
quem tem pouco contato com o texto dissertativo-argumentativo é escrevê-lo em primeira pessoa. Por ser um gênero textual formal, é necessário manter-se “distante” do leitor. Não use, em hipótese alguma, na sua redação “Eu acho”, “Na minha opinião”, “No meu ponto de vista”.
Pelo contrário, troque isso por isto: “A violência é um problema estrutural no Brasil, haja vista que…”, “O aumento no índice de mortalidade infantil indica que…”, “Embora por um lado a publicidade infantil seja um importante recurso às empresas, por outro…” Sempre fundamente seus argumentos.
Não usar gírias
Como pedido na competência 1, mantenha seu texto com a norma padrão da língua escrita da Língua Portuguesa. Por isso, não use gírias, abreviações e expressões do dialeto oral, como: “pra”, “pq”, “putz”, “cara”, “daí”…
Não trazer dados sem fontes
Sabemos que os dados são cruciais para dar crédito à sua argumentação. Porém, eles não têm o mesmo peso sem a fonte. Sempre que afirmar um dado em seu texto, informe de onde vem aquela informação, como “De acordo com IBGE (Índice Brasileiro de Geografia e Estatísticas), x% da população brasileira ainda não tem acesso à internet”.
Não utilizar parágrafos sem equilíbrio de tamanho
Seus parágrafos, além de estarem conectados sintaticamente, devem manter um padrão entre si. Um texto deve ter, em média, 7,5 linhas e meia por parágrafo no Enem — no caso de textos com quatro parágrafos.
Não deixe, por exemplo, sua introdução com 3 linhas e logo em seguida escreva um parágrafo com 10. Mantenha um padrão visual.
Escrever com letra ilegível
Muitas pessoas não se atentam a isso, mas ter uma letra legível é uma das coisas mais importantes para sua redação. Isso porque, de nada adianta você escrever um texto nota mil se a banca avaliadora não entender o que está escrito.
Se necessário, faça caligrafia. Certifique-se de que seu texto é legível. É crucial ressaltar ainda que letra legível é diferente de letra bonita. Uma, inclusive, não anula a outra.
Agora que você já sabe tudo sobre a estrutura da redação do Enem, continue acompanhando o nosso blog e confira outras dicas de como se preparar para o vestibular ou quais assuntos que mais caem no Enem!
- Leia também: como estudar para o enem!
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