Revisão Sistemática: o que é e quando usar?

Revisão sistemática: entenda tudo sobre o padrão-ouro da pesquisa científica

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No vasto universo da produção científica, com milhares de artigos publicados diariamente, como podemos encontrar uma resposta confiável para uma pergunta específica? É para resolver este desafio que existe a revisão sistemática, considerada o padrão-ouro na hierarquia das evidências científicas.

Ela é a metodologia que traz rigor, transparência e reprodutibilidade para a síntese do conhecimento. Longe de ser uma simples “revisão de literatura”, este método é um verdadeiro projeto de pesquisa em si mesmo.

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Acompanhe o artigo para saber mais ou navegue pelo índice:

O que é revisão sistemática?

A revisão sistemática é um tipo de investigação científica que utiliza um método explícito, rigoroso e reprodutível para identificar, avaliar e sintetizar todas as evidências disponíveis sobre uma pergunta de pesquisa específica.

O seu grande diferencial é a metodologia transparente, que busca reduzir os vieses e os erros aleatórios, permitindo que outros pesquisadores, ao seguirem os mesmos passos, cheguem a conclusões semelhantes.

Para que serve uma revisão sistemática?

Uma revisão sistemática é uma ferramenta poderosa que serve para múltiplos propósitos, como:

  • Sintetizar o conhecimento: reunir e resumir os resultados de múltiplos estudos sobre um mesmo tema, oferecendo uma visão geral do que a ciência sabe sobre aquilo;
  • Identificar lacunas na pesquisa: ao mapear todo o conhecimento existente, fica claro o que ainda não foi estudado, apontando caminhos para futuras investigações;
  • Resolver controvérsias: quando diferentes estudos primários apresentam resultados conflitantes, uma revisão sistemática pode ajudar a entender as inconsistências e chegar a uma conclusão mais robusta;
  • Embasar a prática e as políticas públicas: seus resultados são fundamentais para a criação de diretrizes clínicas na saúde, protocolos educacionais e políticas governamentais baseadas em evidências.

Quais são os tipos de revisão sistemática?

Embora o método seja o mesmo, o produto final pode variar. Os dois principais tipos são:

  • Revisão sistemática qualitativa: quando os resultados dos estudos incluídos são apresentados e sintetizados de forma descritiva e narrativa, sem uma análise estatística dos dados;
  • Revisão sistemática com metanálise: este é um subtipo quantitativo. Além da síntese qualitativa, o pesquisador utiliza métodos estatísticos para combinar numericamente os resultados dos estudos, gerando uma única medida-resumo com maior poder estatístico.

Como fazer uma revisão sistemática passo a passo?

Realizar uma revisão sistemática é um processo complexo e trabalhoso. As etapas, geralmente guiadas pelas recomendações do prisma (preferred reporting items for systematic reviews and meta-analyses), são:

  1. Formulação da pergunta de pesquisa: definir claramente a questão que a revisão irá responder;
  2. Elaboração e registro do protocolo: criar um plano detalhado de toda a metodologia que será usada e registrá-lo em uma plataforma como a prospero para evitar duplicidade e garantir transparência;
  3. Busca sistemática na literatura: realizar uma busca abrangente e bem documentada em múltiplas bases de dados;
  4. Seleção dos estudos: aplicar os critérios de inclusão e exclusão pré-definidos para selecionar os estudos relevantes, geralmente com a participação de dois revisores independentes;
  5. Extração dos dados: coletar as informações importantes de cada estudo incluído em uma planilha padronizada;
  6. Avaliação do risco de viés: analisar a qualidade metodológica de cada estudo para avaliar a confiabilidade de seus resultados;
  7. Síntese dos resultados (e metanálise, se aplicável): combinar e apresentar os resultados dos estudos de forma qualitativa e/ou quantitativa;
  8. Redação e publicação do relatório final: escrever o artigo final com todas as etapas e resultados de forma transparente.

Como definir a pergunta de pesquisa para uma revisão sistemática?

Uma pergunta bem definida é a espinha dorsal da revisão. A estratégia mais comum para construí-la é o framework pico, que significa:

  • P (paciente, população ou problema): quem é o grupo de interesse?;
  • I (intervenção): qual é a intervenção, tratamento ou exposição que está sendo analisada?;
  • C (comparação): qual é o grupo de comparação (ex: placebo, tratamento padrão)?;
  • O (outcome/desfecho): qual é o resultado que se espera medir?

Para estudos qualitativos, uma variação comum é o pico (população, interesse, contexto).

Quais são as principais bases de dados para revisão sistemática?

A busca deve ser ampla para garantir que todos os estudos relevantes sejam encontrados. As principais bases de dados utilizadas incluem:

  • Internacionais: mMdline (via pubmed); Embase; Scopus; Web of Science; e a Cochrane Library (específica para revisões sistemáticas da área da saúde);
  • Regionais (américa latina): Lilacs e Scielo.

Como selecionar os estudos para uma revisão sistemática?

A seleção é um processo rigoroso de duas fases para minimizar o viés do pesquisador:

Leitura de títulos e resumos

Dois revisores independentes leem os títulos e resumos de todos os artigos encontrados na busca e aplicam os critérios de inclusão e exclusão. Artigos que claramente não são relevantes são descartados;

Leitura do texto completo

Os artigos que passaram pela primeira fase são lidos na íntegra pelos dois revisores, que aplicam novamente os critérios para decidir quais serão definitivamente incluídos na revisão. Qualquer discordância entre os revisores é resolvida por um terceiro revisor.

Como avaliar o risco de viés em uma revisão sistemática?

Avaliar o risco de viés significa analisar se a metodologia dos estudos incluídos possui falhas que possam distorcer seus resultados.

Para isso, os pesquisadores usam ferramentas padronizadas, como a ferramenta de risco de viés da Cochrane (rob 2) para ensaios clínicos, que avalia domínios como o processo de randomização, desvios da intervenção, dados faltantes, medição do desfecho e o relato dos resultados.

Qual a diferença entre revisão sistemática, revisão narrativa e revisão integrativa?

Confira as diferenças entre os tipos de revisão:

Revisão narrativa

É o tipo mais tradicional e menos rigoroso. O autor escolhe os artigos que julga mais relevantes (sem um critério de busca explícito) e os descreve de forma subjetiva. Não busca responder a uma pergunta específica e é muito suscetível ao viés do autor;

Revisão integrativa

É mais ampla que a sistemática, pois permite a inclusão de diferentes tipos de estudos (experimentais, não-experimentais, teóricos, qualitativos). É rigorosa, mas sua heterogeneidade de fontes pode dificultar a comparação direta dos resultados;

Revisão sistemática

É a mais rigorosa de todas. Possui uma pergunta de pesquisa clara, critérios de inclusão explícitos e busca reprodutível e exaustiva, com o objetivo de minimizar o viés e apresentar a síntese mais confiável possível da evidência.

Qual a importância da revisão sistemática?

A importância da revisão sistemática reside em sua posição no topo da pirâmide de evidências científicas.

Por sintetizar os resultados de múltiplos estudos primários de forma rigorosa, ela fornece o nível mais alto de evidência para a tomada de decisão. Um profissional de saúde, por exemplo, confia em uma revisão sistemática para saber qual tratamento é mais eficaz.

A capacidade de ler criticamente, e principalmente de conduzir, uma revisão sistemática é uma competência acadêmica avançada, desenvolvida em programas de mestrado, doutorado e em algumas pós-graduações de excelência.

É o tipo de formação que instituições como a Gran Faculdade valorizam, ao fornecerem a base sólida em metodologia científica que permite aos alunos não apenas consumir, mas também produzir ciência de alta qualidade.

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