Como fazer uma crônica: guia completo com exemplos e passo a passo

Você sabe como fazer uma crônica? Confira esse passo a passo especial

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6 min. de leitura

Saber como fazer uma crônica é um desafio para muitos estudantes, curiosos e até escritores iniciantes. 

Afinal, esse gênero literário tem uma forma leve de narrar situações do cotidiano, mas exige atenção a detalhes importantes para não virar apenas um relato comum.

Na prática, aprender a criar uma crônica envolve conhecer sua estrutura, identificar os principais tipos e entender qual linguagem usar. 

O segredo está em equilibrar simplicidade e reflexão, oferecendo ao leitor uma história breve, mas que deixe marcas.

Ao longo deste guia, você confere o passo a passo para fazer uma crônica, as diferenças em relação a outros gêneros e exemplos e dicas para aplicar em provas, como vestibulares e até no ENEM. 

O que é crônica?

A crônica é um gênero textual breve, escrito em prosa, frequentemente destinado a meios de comunicação como jornais e revistas. Em geral, aborda eventos cotidianos.

A palavra crônica vem do latim e significa “chronica”, um registro de eventos ordenados cronologicamente. O termo origina do grego “khronos” e significa tempo.

Dessa forma, as crônicas estão intimamente ligadas ao contexto em que são criadas, e com o tempo, perdem sua “validade” ao ficarem descontextualizadas.

Quais são os elementos básicos de uma crônica?

As características da crônica são bem definidas: brevidade, linguagem acessível, temas cotidianos e reflexões que surgem de situações simples. É exatamente esse caráter de proximidade que conquista o leitor.

Isso não significa que deva ser superficial, mas, sim, envolvente o suficiente para transmitir sua mensagem em poucas linhas.

Como diferenciar crônica de conto?

A principal diferença entre crônica e conto está no seu objetivo. Apesar de ambas serem curtas e de linguagens simples, a crônica busca narrar fatos cotidianos. 

Já o conto gira entorno de um fato em específico que pode ser relacionadas ao mundo da fantasia ou não.

Como posso criar uma crônica?

Se você já se perguntou como escrever uma crônica, saiba que existem alguns passos simples que ajudam a organizar ideias e transformar observações em texto.

Passo 1 – escolha um tema próximo do cotidiano

As crônicas ganham força quando partem de situações comuns, como um gesto no transporte público ou a pressa na hora do almoço. 

O segredo está em enxergar o extraordinário no banal.

Passo 2 – defina a abordagem e o tom da narrativa

Aqui, você decide se sua crônica será humorística, reflexiva ou até narrativa. Essa escolha muda o impacto final e orienta o estilo de linguagem.

Passo 3 – estruture início, meio e fim

Embora curtas, as crônicas também precisam de começo, desenvolvimento e conclusão. A estrutura de uma crônica bem feita deve garantir que a leitura flua naturalmente.

Passo 4 – dê atenção à linguagem simples e envolvente

A linguagem é o que aproxima autor e leitor. Prefira frases curtas, objetivas e com ritmo leve

Uma boa dica é ler em voz alta para avaliar se o texto soa natural.

Passo 5 – revise e finalize com impacto

A revisão é essencial para evitar repetições e garantir clareza. Muitas crônicas se destacam justamente pelo final surpreendente, seja com uma reflexão, seja com uma virada de humor.

Quais são os tipos de crônica?

  • Crônica narrativa: conta um pequeno episódio do dia a dia;
  • Crônica humorística: explora o riso como forma de crítica;
  • Crônica reflexiva: convida o leitor a pensar sobre temas mais profundos;
  • Crônica lírica: valoriza emoções e sensações, quase como um poema em prosa;
  • Crônica jornalística: ligada a fatos e notícias do momento.

Que palavras usar para começar uma crônica?

O início da crônica desperta a curiosidade. Algumas expressões podem ajudar a dar o tom certo logo na abertura:

  • Era uma manhã qualquer…
  • Tudo começou quando…
  • De repente, percebi que…
  • Na esquina da rua, vi algo inusitado…
  • Às vezes, basta um detalhe para mudar o dia…

A crônica tem título?

Sim, o título é parte fundamental de uma crônica. Um título criativo já prepara o leitor para o clima do texto.

Qual é o objetivo da crônica?

O objetivo da crônica é registrar, com leveza e crítica, situações comuns que merecem ser repensadas.

Qual é o tipo de linguagem usada na crônica?

A linguagem em uma crônica é simples e informal, geralmente alinhada com acontecimentos do cotidiano real.

Quantas páginas tem uma crônica?

Geralmente, a crônica ocupa de meia a uma página, nunca se estendendo demais.

Quantas linhas tem uma crônica?

Uma crônica não é um texto longo, em média possui cerca de seis parágrafos.

Qual é o papel da crônica na literatura?

A crônica ocupa um espaço especial na literatura brasileira. Autores como Rubem Braga, considerado o “pai da crônica moderna”, Clarice Lispector, com sua escrita intimista, e Luis Fernando Verissimo, mestre do humor, são nomes de grande destaque.

Além de seu valor literário, a crônica é valorizada por sua capacidade de dialogar com o cotidiano, tornando temas complexos mais acessíveis. 

Por isso, é um gênero frequente em provas e redações, já que estimula a reflexão crítica e a interpretação de temas sociais, culturais e comportamentais com linguagem simples e direta.

A crônica nos vestibulares e no ENEM

No ENEM, a crônica aparece na prova de Linguagens, como texto de apoio ou interpretação, e não como proposta de redação.

Já nos vestibulares, pode acontecer de ser pedida a produção de uma crônica como tema de produção escrita. Nesse caso, a dica é manter a leveza do gênero, mas sem abrir mão da organização e da clareza. 

Ter um cronograma de leitura com bons livros de cronistas pode ajudar muito na preparação.

Exemplo de como crônica aparece no ENEM

Abaixo, veja a questão 35 da prova azul do primeiro dia do ENEM 2022 comentada. Preste atenção em como a crônica é abordada:

Ser cronista

Sei que não sou, mas tenho meditado ligeiramente no assunto.

Crônica é um relato? É uma conversa? É um resumo de um estado de espírito? Não sei, pois antes de começar a escrever para o Jornal do Brasil, eu só tinha escrito romances e contos.

E também sem perceber, à medida que escrevia para aqui, ia me tornando pessoal demais, correndo o risco de em breve publicar minha vida passada e presente, o que não pretendo. Outra coisa notei: basta eu saber que estou escrevendo para jornal, isto é, para algo aberto facilmente por todo o mundo, e não para um livro, que só é aberto por quem realmente quer, para que, sem mesmo sentir, o modo de escrever se transforme. Não é que me desagrade mudar, pelo contrário. Mas queria que fossem mudanças mais profundas e interiores que não viessem a se refletir no escrever. Mas mudar só porque isso é uma coluna ou uma crônica? Ser mais leve só porque o leitor assim o quer? Divertir? Fazer passar uns minutos de leitura? E outra coisa: nos meus livros quero profundamente a comunicação profunda comigo e com o leitor. Aqui no Jornal apenas falo com o leitor e agrada-me que ele fique agradado. Vou dizer a verdade: não estou contente.

 LISPECTOR, C. In: A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

No texto, ao refletir sobre a atividade de cronista, a autora questiona características do gênero crônica, como

  1. relação distanciada entre os interlocutores.
  2. articulação de vários núcleos narrativos.
  3. brevidade no tratamento da temática
  4. descrição minuciosa dos personagens
  5. público leitor exclusivo.

Alternativa correta: C

Logo no início do texto, Clarice Lispector levanta reflexões sobre o próprio gênero da crônica, questionando se seria apenas “um relato”, “uma conversa” ou “um resumo” — formas de comunicação geralmente marcadas pela brevidade. Ao longo do texto, ela expressa certa frustração por não conseguir provocar “transformações mais profundas” ou internas no leitor, já que precisa se adequar à proposta de um texto curto, feito para ser rapidamente consumido em um jornal.

Exemplo de como crônica aparece no vestibular

Agora, vejamos como a crônica pode ser cobrada em um vestibular. No caso, é a proposta 2 da Redação Unicamp 2020:

Gênero: Crônica a ser publicada em uma revista semanal.

Interlocução: A interlocução nesse caso é bastante complexa. Você deve escrever numa revista tradicional, cujos leitores já esperam um gênero que tem características bastante precisas e estáveis, ou seja, a interlocução se dá pelo desenvolvimento apropriado do gênero. Isso requer que o escritor tenha consciência das regras da crônica, apreendidas pela leitura (interlocução) com outros textos. Nesse caso, a Banca providenciou outro texto que deveria servir como exemplo. Ou seja, o escritor é também leitor e deve mostrar que seguiu a estrutura da crônica sugerida.

Situação: você leu um artigo no El Pais sobre micromachismo e percebeu que em algum momento da vida também já foi machista nas pequenas coisas do cotidiano. Resolve fazer uma crônica sobre isso. Deve revelar uma ação feita no passado que revele esse lado, agora, negado. Além de narrar o que aconteceu, deve também registrar suas reflexões. O mote deve ser tirado de uma lista de 12 “pequenos pecados” machistas que integra a coletânea.

Tipologia textual: O tipo de texto que serve de base para essa escrita é a narração.

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